terça-feira, 3 de junho de 2008




Aqui nao ha gato! Se o houvesse, nao teriamos melro para esta pequena prosa.

Num quintal que gosto, la p'ros lados da Graca em Lisboa, todos os dias, de manha e ao por do Rei, me visitava um melro. Nem grande nem pequeno. Um melro. Assim como aqueles todos vestidos de preto so com o bico amarelo, como que a avisar... Solitario, sempre quis acreditar, va-se la saber porque.../Adiante qu'esta malta que le tambem tem outros afazeres.../

Olhava-me, curioso, falava e jogava um pouco comigo e recolhia.

Ha um melro, sim, igual aos outros, assim pretos so com o bico amarelo, como que a avisar, que visita, nao direi todos os dias que tambem o deve cansar mas amiude, o telhado em frente da janela do meu quarto. Quase lhe posso tocar. Nao o faco. Gosto de pensar tratar-se do mesmo melro. Olho-o assim.

Sempre me fica mais interessante a historia. E a dele tambem...

terça-feira, 27 de maio de 2008



Hom'essa! Tenho de anuir que ja passou algum tempo desde os ultimos editos, mas creio que ainda consigo voltar a tornear-lhes os jeitos...

Mesmo as flores, cabisbaixas, ao darmos-lhes agua, se realcam, colorindo de novo os campos que todos temos e olhamos. E asseguro-vos que esse elemento nao falta nas redondezas, nao deixando lugar a apenas lisos pensamentos.

Depois de um importante periodo de reflexao, pos-visitas, equilibrio de sensacoes e emocoes, porque os abalos sao bons ( nao os de terra!), volta-se a rotina de uma bela Amsterdam que nos da os bons dias com um sorriso, bem matreiro e docemente convidativo. Trabalha-se, pois assim se faz, e come-se, sim, come-se, que nao pode ser so pedalar...

Pois que nem com a idade esta barriga teima em crescer... E pedais a parte, uma boa refeicao sabe melhor que muitos amores...

Bem hajam.

sexta-feira, 25 de abril de 2008





Tambem acredito que as coincidencias somos nos que as provocamos, mas nesta vida de velhas ideias e novas atitudes, apraz-me vivamente confrontar algumas que ainda me suscitam sorrisos varios.


Senao vejamos: Estou na escola de holandes ha algumas luas, diria mais de treze, e ja tive tres diferentes professoras. Concordo, nada de realmente especial ate aqui. Acontece em qualquer lado, dir-se-ia... Mas tenho, para bom rumo desta tramoia, de referir nomes. Que me perdoem os visados, que afinal nao lhes faco uso do dito para deliberado e mal intencionado fim.


Enfim! A primeira das docentes, de seu nome Jose, olho-a uma mulher valente e amiga. A segunda habilitada, de sua graca Rodriguez, via-a uma jovem alegre e muito fugaz. Foi-se em tres aulas... E a terceira e actual professora, figura vivida e aparentemente segura, naturalmente Maria...


O plot desta historia revelar-se-a a quem sabe que com uma tal agua santa, e nas portas da Primavera, baptizaram a minha Mae de M.J.R.!


Posso nao crer propriamente em coincidencias, mas que as ha, ha! E boas, conseguindo-me fazer senti-las agradavelmente ternas.
Obviamente, gosto muito de ir a escola...

segunda-feira, 7 de abril de 2008




E Primavera, com acento!


Aqui, a Natureza embala-se n'outro Fado... Enquanto desabrocham flores e verdejam campos, vendo-se felizes as vacas e muitos mais, neva "violentamente", num despique de beleza e misterio. Nada melhor para imaginar, e viajar... Nao se consegue ficar em casa, levado por uma energia que enebria, naturalmente.


Felicito-me amiude por ainda nao possuir um par de calos do tamanho que podeis mentalmente desenhar, no tal em que me sento, que me lembre, faz decadas... Pois, pedalo muito... E tenho o selim furado, envolto por um vistoso saco de plastico de um supermercado dos mais baratos. O que nao o inibe de andar quase sempre encharcado, e por vezes molhar-me onde nao devia... Talvez provoque precoces rugas, deveria informar-me bem... Mas enfim, no inverno uso ceroulas, o que me torna a vida mais fofa.


Pedalo entao, contentando esta feliz alma num apenas assento furado...


Que acentos nao ha!...

segunda-feira, 10 de março de 2008


Hoje vivi uma experiencia agradavel, e economicamente suportavel! Bastante mais que o cinema de "verdade"...

Encontro, quando quero, duas portas ao lado da minha, a lavandaria da minha rua. Obviamente, e para minha alegria, como nos filmes, um simpatico homem, de origem asiatica, assiste qualquer necessidade ou precisao.

Falamos em holandes, desconheco por completo o mandarim...

Preparo duas maquinas, uma branca e uma de cor, como me ensinou a minha Mae, e insiro uma ficha trocada antecipadamente por moedas destas que usamos, bem caras...

Tenho 35 minutos ate a conclusao da lavagem.

Vou dar um passeio pelas redondezas, passando por uma livraria onde habitualmente estao expostos livros de cozinha. Na noite anterior, havia enviado uma solicitacao de emprego para manutencao de jardins. Hoje, a montra estava replecta de livros de jardinagem, jardins e afins...

Sorri curioso, ao olhar de novo, como que a confirmar nao de um sonho se tratar...

Gosto destes momentos da vida, e aproveito-os, quando os cruzo.
Tenho de voltar a lavandaria...
A roupa esta pronta, basta-me secar a dita. Mais uma ficha, e zas, mais quinze minutos de filme. Vou observar um pouco a rua, e tirar algumas imagens. Ficam bem...

Ainda faltam quatro minutos para o fim quando me encontro reflectido no vidro da secadora. Estou num filme, em New York ou Amsterdam, numa lavandaria, com um chines a dobrar roupa, enquanto bastam um par de instantes, para fazer o mesmo a minha. De resto vazio de gente, o espaco, e assim tao cheio...

Que bom lavar a roupa! E o detergente do senhor chines cheira bem...

Espero, e nao desespero...

Vivo.

Ah! So por curiosidade: duas lavagens com direito a passeio, duas porcoes de detergente que cheira bem, e uma secagem como epilogo de um filme classico, com trocas e cambios de moedas, resulta na quantia de 8,90 euros. E varios sorrisos orientais...

Numa Kerkstraat perto de si...

sexta-feira, 7 de março de 2008


Quando vejo um aviao passar entre nuvens, perto, lembro-me de estar sentado no Miradouro da Graca, no muro, com as pernas entre as grades, viradas para Lisboa branca ali deitada a meus pes. O corredor aereo passa sobre o centro da cidade, e cada aviao que passava, fazia-me sentir o desejo de estar dentro dele e voar ate aqui.

Uma musica que o meu amigo Miguel toca, faz-me sentir o mesmo...

Que bom e estranho! Mas nao penso demasiado nisso, apenas so o escrevi, agora, olhando esta tambem ja um pouco minha, maravilhosa Amsterdam, onde a cada aviao que passa, e sempre que quero, me leva a Lisboa bela, visitando-a, desconhecido.

Nao sao necessarias saudades.

O meu fado, quero-o outro...


"(...) ainda aperto contra o coracao

rosas tao brancas

como as que tens na moldura; (...)"

segunda-feira, 3 de março de 2008



Aprende-se muito com os blog's.


E repara-se logo que e indispensavel um PC... Tambem, na verdade! Mas nao me cabe agora fazer propaganda politica; falo de um computador pessoal.


Que curiosos e quase magicos, estes tempos em que apenas pensamos algo, e uns senhores por detras dos fios levam-nos a mensagem, espalhando-a pelo mundo. E ate para la disso! Ha musica em orbita! Ainda...


Melhor assim, porque antes eram macacos e "Laikas", e os animais sao nossos amigos...


Presta-me ainda lamentar esta ausencia de pedaladas, por causas derivadas do falado PC, ainda sem segundas intencoes. Que me perdoem os leitores, ate agora poucos mas muito bons, e, sempre de louvar, assiduos.


Um bem-hajam.


Esperam-nos novas aventuras e passeios, com pensamentos como entre-acto.