segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Amontoam-se frutos e doces, quase em torres. Novas, as sensacoes nas pupilas gostativas para os menos afortunados, que por qualquer razao nao se haviam rendido a tais iguarias. Lembro dois pinheiros. Outro curvado, sobre o telhado de uma casa. De apanhar pinhas. Sem preco aqueles pinhoes, olhando o preco dos de hoje. So olhando. Aquele indiscritivel sabor a resina. Um cao ao lado, a espera. O martelito a bater na pequenina casca, de contra a uma pedra do riacho. As vezes o pinhao cai da boca dela, muitos risos. E sorrisos cumplices ao olhar de soslaio novo fruto. Um mimo, atrevo-me a achar. Tudo isto ao ver um pinhao, numa banca de feira. Imagino, arrepiado, o quanto esta escrito em cada um desses frutos, migalhas de vida, sonhos em turbilhao. Atrevo-me a achar que o sao.

1 comentário:

Justine disse...

E, pela tua mão-escrita, recuo 35 anos, tempo de futuros por realizar, com todos vivos à volta dos cães, das uvas e dos pinheiros!
Porque carga d'água tenho eu os olhos húmidos? Deve ser do preço dos pinhões...
Que bom, estar assim a conversar contigo!